terça-feira, 14 de abril de 2015

Quíntuplos nascem em hospital de São Paulo

A encarregada de vendas Karina Bárbara Barreira deu à luz quíntuplos nesta segunda-feira (13) no Hospital Sepaco, na Zona Sul de São Paulo. A cesárea ocorreu um dia depois de a gestante completar sete meses de gravidez.

O menino e as quatro meninas foram levados para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, mas passam bem. As próximas 48 horas são consideradas as mais delicadas pelos médicos, mas a equipe avalia que todos têm boas condições de sobreviver. A mãe também está bem, de acordo com o hospital.

Emocionado, o pai João Biagi Júnior disse que viveu todos os sentimentos misturados. "Não tem uma palavra para definir", afirmou.

O parto mobilizou três obstetras, dois anestesistas, oito pediatras, três enfermeiras e seis técnicas em enfermagem em uma sala de cerca de 60 metros quadrados, preparada para procedimentos de alta complexidade.

A cesárea durou cerca de 40 minutos. Três minutos foi o tempo entre a retirada do menino com 1,185 kg, o primeiro a nascer, e da última menina, que tinha 0,715 kg.

A menor menina foi a quarta a ser retirada e estava com 0,595 kg. As outras duas meninas pesaram 0,905 kg e 0,930 kg.

“Nesse momento crítico do nascimento era fundamental o tempo entre o primeiro e o último. A operação tinha que ser rápida para a gente poder dar a mesma oportunidade para o primeiro e para o último. Conseguimos entregar as crianças para o grupo da pediatria em excelente estado”, afirmou o obstetra Carlos Del Roy.

Segundo os médicos, nenhum bebê nasceu mal ou precisou ser reanimado. “A condição de vitalidade era muito boa e eles continuam muito bem. Eles são bebês imaturos e vamos ter que trabalhar com isso. A gente acha que logo logo esses bebezinhos vão estar bem”, disse o pediatra Lúcio Flavio Lima.

Na UTI neonatal, os bebês devem perder um pouco de peso, o que é comum logo depois do parto, mas começam a se recuperar em seguida. A expectativa do médico é que, em 10 dias, eles estejam novamente com o peso do nascimento. Depois disso, é esperado que ganhem de 10 g a 20 g por dia.

Os bebês devem ter alta quando estiverem com em torno de 1,8 kg.

Cesárea

Devido ao número de bebês, os médicos optaram por fazer um corte especial.
“O corte na pele foi o corte tradicional da cesariana, o corte transversal. No útero, nós optamos por um corte longitudinal porque a gente precisava de amplitude para retirar as crianças com mais facilidade e em menos tempo”, disse Del Roy. 

O parto foi antecipado por causa da insuficiência placentária, de acordo com Raimundo Nunes, coordenador do departamento de ginecologia do Sepaco. 

Um ultrassom feito na sexta-feira (10) indicou que uma das meninas estava sofrendo do que os médicos chamam de centralização.

“A quantidade de sangue não estava sendo mais satisfatória para um bebê, o que é considerado um quadro crítico para ele. No máximo, poderia esperar até segunda-feira”, explicou Raymundo Nunes.

O médico conta que visitou a encarregada de vendas Karina Bárbara Barreira nesta manhã. “Perguntei para ela se ela estava preparada, porque o parto ia ser hoje mesmo. Ela falou que estava pronta. Ela estar confiante também nos animou bastante.”

Apenas o pai acompanhou o procedimento. De acordo com a equipe médica, ele chorou bastante.

Monitoramento

A equipe médica monitorava de perto o estado de saúde de Karina e das crianças. Semanalmente, ela passava por um ultrassom para avaliar a evolução e a vitalidade dos bebês.

Às vésperas de completar 27 semanas de gravidez, o G1 acompanhou um dos exames, que indicou que o menino já estava com mais de 1kg.

“Fico feliz de ver que eles estão ganhando peso. Cada dia é uma vitória”, afirmou Karina na ocasião. O menino era o maior dos bebês.

O médico radiologista Rodrigo Junqueira Rocha, que fez esse ultrassom, explicou que alguns dos bebês tinham o desenvolvimento de 3 a 4 semanas menor que um outro bebê que não tivesse em uma gestação múltipla, o que é considerado normal.

Para prolongar a gravidez, Karina fez bastante repouso e manteve uma rotina bastante regrada. Acordava cedo e recebia a primeira visita das enfermeiras por volta das 6h. Outras visitas da equipe médica se sucediam ao longo do dia até por volta de meia-noite.



Fonte: G1




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