O veneno que matou Lewdo Bezerra, de 9 anos, em novembro de 2014, foi
dado pela mãe, Cristiane Coelho, junto com um sorvete de morango,
confirmou o delegado Wilder Brito. Ela também é suspeita de envenenar o
pai do menino na casa onde viviam, no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza.
A mulher aguardava os resultados da investigação em liberdade e se
mudou para Recife após o crime, levando o filho mais novo do casal.
Ainda nesta semana, a Polícia Civil deve pedir na Justiça a prisão dela
por homicídio triplamente qualificado.
"A Cristiane, que dizia ter sido espancada pelo marido, matou o filho
envenenado fazendo uso de sorvete de morango. Não há mais dúvida",
afirmou o delegado nesta quarta-feira (15), após a conclusão do
inquérito.
"O laudo [pericial] reafirma tudo o que a gente já suspeitava, que quem
matou o menino Lewdo foi a Cristiane, a própria mãe, e quem envenenou o
pai [de Lewdo Bezerra] foi também a mãe", disse Wilder, titular do 16º
Distrito Policial.
Na madrugada de 11 de novembro, o subtenente do Exército Francileudo
Bezerra e seu filho, Lewdo Bezerra, ingeriram veneno para rato,
conhecido como "chumbinho". O pai ficou em coma por uma semana e se
recuperou.
Francileudo chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque,
na madrugada do crime, a mulher contou à polícia que ele tinha matado o
filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. Mas a
suspeita foi descartada após a conclusão do laudo, segundo Wilder Brito.
O advogado da mulher, Paulo Quezado, disse que ainda não teve acesso ao laudo.
Investigações
O laudo pericial da segunda reconstituição da morte do menino Lewdo Ricardo aponta que a mãe da criança fez pesquisas na internet sobre como envenenar pessoas com chumbinho. De acordo com o delegado e os peritos, Cristiane e Francileudo usavam o mesmo notebook, mas de formas diferentes.
“Os equipamentos eletrônicos foram enviados ao núcleo de informática
[perícia], e neles os peritos descobriram situações que precisavam ser
esclarecidas”, disse o perito José Cordeiro de Oliveira. Por isso,
segundo ele, houve a necessidade da segunda reconstituição do crime,
feita em 8 de abril.
“Ela fez pesquisas sobre como envenenar uma pessoa com chumbinho [enquanto o marido estava trabalhando]”, afirmou o delegado.
De acordo com o primeiro depoimento da mulher do militar, feito no dia
do crime, o marido obrigou que ela e o filho ingerissem tranquilizantes
com objetivo de matá-los e, em seguida, tentou suicídio com remédios,
mas o laudo toxicológico no corpo do menino indicou que ele morreu por
ingestão de veneno de rato.
Imagens da casa
A polícia divulgou em fevereiro imagens da casa onde ocorreu o crime gravadas no dia em que foi feita a última perícia no local. São imagens do dia 30 de dezembro, mostradas pela primeira vez. A equipe encontrou chumbinho no encanamento da pia.
Fonte: G1
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