A
água ofertada para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) será
reduzida em 28%. Já para a irrigação do Baixo Jaguaribe, o corte será um
pouco maior, de 31,25%. Foi o que ficou decidido ontem pela manhã
durante o XXII Seminário e Alocação das Águas dos Vales do Jaguaribe e
Banabuiú, que definiu como será distribuída a reserva hídrica dessas
Bacias no segundo semestre, diante da situação de baixo volume dos
açudes. Outra definição é que o Castanhão vai operar com vazão de
22m³/2.
Os principais
açudes dessas bacias são Banabuiú, na bacia do Banabuiú; o Orós, no
Médio Jaguaribe e o Castanhão, no Baixo Jaguaribe. Atualmente, eles
estão, respectivamente, com 1.2%, 43.15% e 19.33% de suas capacidades.
Destes, apenas o
Açude Castanhão possui condições de manter o abastecimento humano e a
produção dos municípios do Baixo Jaguaribe. O Banabuiú está voltado
exclusivamente para o abastecimento humano, enquanto o Orós mantém uma
mínima produção e piscicultura.
Para o segundo
semestre, a operação do Banabuiú, que abastece os municípios de Morada
Nova, Ibicuitinga e o próprio município de Banabuiú, deverá ficar abaixo
de 1m³/s (0,08m³/s).
Já para no caso
do Açude Orós, que atende à Bacia do Salgado, Médio Jaguaribe e Bacia
do Banabuiú, além de ser estratégico para as Bacias Metropolitana e
Baixo Jaguaribe, houve um embate entre as propostas de vazão
apresentadas sobre a utilização da água, já que é o açude que dá suporte
para outros grandes açudes no Estado. A vazão deverá ficar em 4m³/s.
O açude
Castanhão, como maior açude público para múltiplos usos do Ceará e do
Brasil, é utilizado para irrigação do Baixo Jaguaribe, abastecimento
urbano das cidades ao longo do leito do Rio Jaguaribe e Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF) e piscicultura.
A proposta de
vazão que segue para irrigação na Chapada do Apodi no segundo semestre é
a redução dos atuais 4m³/s para 2.75m³/s, o que representa menos
31,25%.
De acordo com o
presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado
Jaguaribe-Apodi (Fapija), Raimundo César dos Santos, com a redução para a
agricultura irrigada haverá um impacto de menos 25% da atual produção
do perímetro. "Somos sabidos da situação que é resultado de quatro anos
de seca no Ceará, nós sabemos que precisamos ajudar, mas é fato que
vamos ser prejudicados com essa redução. O que queremos é que essa
programação da redução seja pra todos e não punir apenas alguns
projetos", afirmou.
Ainda de acordo
com ele, a redução não irá prejudicar apenas os irrigantes, que são
324, além de um grupo de empresários que atuam no Perímetro, mas também o
abastecimento humano de 3 mil famílias que retiram água da Chapada.
De acordo com o
presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João
Lúcio, este ano foi o pior nos últimos 17 anos para a recarga dos açudes
do Estado, e a dificuldade demanda um planejamento visando assegurar
água para o abastecimento humano em 2016. "Temos um alerta da Funceme
(Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) para um ano que
vem de poucas chuvas, então temos que olhar que em 2016 esteja
assegurado o abastecimento humano e ver onde ainda podem ser atendidas
atividades produtivas", afirmou João Lúcio.
Atualmente,
segundo o presidente, das 12 bacias do Estado, apenas as bacias do
Jaguaribe, Litoral e Salgado possuem aporte hídrico para atender o
abastecimento humano e atividades produtivas. Sobre o consumo da RMF,
ele acrescentou que haverá redução.
"Fortaleza
também terá um nível de restrição para que possa haver uma economia de
água, tanto pelo Canal do Trabalhador quanto pelo Eixão das Águas.
Fortaleza consome hoje 12.5m³/s, sendo 8m³/s pelo Eixão e 3m³/s pelo
Canal. Nossa proposta é reduzir em torno de 9m³/s, uma redução
significativa que representa quase 30%. A capital vai ter que
economizar", alertou.
Mais informações:
Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ceará
Fone: (85) 3241-0561
Cogerh
Fone: (85) 3218-7020
Ellen Freitas
Colaboradora
Fonte /DN
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