Os principais jornais do Estado do Ceará trazem nesta sexta-feira, 24,
matérias onde apontam que casos recentes da Síndrome de Guillain-Barré
(SGB), doença neurológica que provoca fraqueza muscular generalizada,
tem chamado a atenção de médicos e assustado muita gente no Ceará.
De acordo com o Diário do Nordeste, embora ainda não confirmados pela
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e Ministério da Saúde, documentos
como uma certidão de óbito e um laudo médico do Hospital Geral de
Fortaleza (HGF) demonstram que a doença chegou ao Ceará. Em nota da
assessoria de comunicação, a Sesa afirma que o “sistema de informações
do Núcleo de Epidemiologia da Secretaria da Saúde do Estado não registra
o óbito citado”.
Em entrevista ao jornal O Povo, um médico da equipe de neurologia, de
identidade preservada, afirmou que no Hospital Geral de Fortaleza
(HGF), a maioria dos casos foi de pacientes de Fortaleza, mas muitos
também vieram do Interior, entre pacientes de 16 a 70 anos. O
profissional lembra que não é possível evitar ou prevenir a doença, já
que ela costuma aparecer duas a quatro semanas após o paciente ter tido
alguma infecção, como dengue, zika ou mesmo um resfriado. Em alguns
casos, a manifestação acontece após vacinas.
O infectologista Anastácio Queiroz diz não se surpreender com o
avanço da doença e sua chegada ao Ceará. “Apesar de o Ministério da
Saúde ainda não confirmar, esses casos estão relacionados ao zika vírus,
transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. É uma síndrome paralisante,
que vai na maioria dos casos até o quadril e nos mais graves até o
pescoço, o que faz o paciente precisar ser entubado”. Ele revela que tem
contato com médicos da Bahia, atualmente com mais de 50 confirmações da
doença, e eles reafirmam a relação da GuillainBaré com o zika vírus.
O Ministério da Saúde esclarece que a síndrome de GuillainBarré
(SGB) pode surgir após infecções por vários tipos de vírus ou bactérias.
Trata-se de manifestação autoimune rara que tem como principais
características fraqueza muscular e paralisia dos músculos. Vale
esclarecer que a doença não é de notificação compulsória, então não há
registro do número de casos. Até maio deste ano, foram 30.972
procedimentos ambulatoriais e hospitalares no SUS em decorrência de
GuillainBarré no País. Em 2014, foram 65.884.
Fonte: Ceará Agora