quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Farmacêutica francesa começa a desenvolver vacina contra zika vírus

Uma vacina contra o vírus da zika já está em desenvolvimento. A multinacional francesa Sanofi Pasteur, mesma produtora da vacina contra a dengue, lançou projeto de pesquisa ontem. O vírus da zika é estreitamente relacionado como o vírus da dengue, segundo a farmacêutica. Pertence ao mesmo gênero Flavivirus, além de ser disseminado pela mesma espécie de mosquito e apresentar as mesmas manifestações agudas da doença.

A vacina contra a dengue, lançada em dezembro de 2015, foi considerada "baixa" pelo presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa - especialistas ainda têm ressalvas quanto ao prazo das doses, aplicadas a cada seis meses. A vacina contra a febre amarela, por exemplo, tem eficácia de mais de 90%. Já a vacina contra o vírus HPV, por sua vez, tem eficácia estimada em 98,8% contra o câncer do colo de útero.
 
Os sintomas mais comuns de uma infecção por zika são febre, (erupções na pele), inchaços das juntas, conjuntivite e dor de cabeça. No entanto, há crescentes evidências relacionando a infecção pelo vírus zika em grávidas com aumento do risco de complicações congênitas graves conhecidas como a microcefalia. Normalmente, esta é uma condição rara e consiste numa redução anormal do tamanho da cabeça do recém-nascido que impede seu desenvolvimento cerebral normal.

"Além de uma séria possibilidade de haver complicações congênitas relacionadas com o vírus da zika, há outras pesquisas em andamento para avaliar uma outra associação entre a infecção pelo vírus zika e uma doença neurológica séria, o que agravaria a forte suspeita de malformações congênitas associadas com a doença", afirma Nicholas Jackson, diretor global da pesquisa.

Outras pesquisas

O governo brasileiro está negociando com os EUA para desenvolver a vacina contra o zika, mas a expectativa é que demore ao menos quatro anos para viabilizá-la.

A preocupação crescente com o avanço do zika levou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a convocar assessores de saúde e segurança nacional e pedir pressa no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus.

O vírus também levou os governos de diversos países e a União Europeia a recomendarem que mulheres considerem adiar viagens às cidades brasileiras e a outros países expostos pelo zika. Entre eles estão EUA, França, Reino Unido, Alemanha e Canadá.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse ontem que o governo irá buscar uma parceria para desenvolver possíveis "remédios" contra o vírus zika. (da agência Folhapress)

Saiba mais

Em uma das frentes, o ministro disse que irá contatar o Instituto Butantan para desenvolver um soro contra o zika. Segundo Castro, o processo seria semelhante ao soro já adotado para evitar a raiva.
Em outra ponta, o governo deve apoiar pesquisas para oferta de anticorpos monoclonais contra o zika. Medidas seriam alternativa extra ao desenvolvimento de vacinas contra o vírus."Para se a pessoa pegar a zika, poder tomar o anticorpo e combater o vírus, sem deixar ele tomar conta do organismo. Não é vacina, que impede de pegar a doença. O anticorpo é diferente: a pessoa é acometida, e aplicamos para combater", disse, após reunião no Conselho Nacional de Saúde.

O Povo

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