sábado, 26 de novembro de 2016

Estado do Ceará tem mais de 1,2 milhão de analfabetos

Um dos maiores desafios da educação no Ceará é reduzir as taxas de analfabetismo. Apesar dos avanços em políticas públicas voltadas para que os estudantes consigam ler e escrever na idade certa, o Estado tem uma taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais de 16,5%, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se compararmos com o índice nacional para esta mesma faixa etária, que foi de 8%, o percentual é quase o dobro

E, se o Brasil conseguiu reduzir 0,3 ponto percentual em relação a 2014 (8,3% ou 13,7 milhões de pessoas), o Estado apresentou um leve crescimento. São, segundo o levantamento, 1,206 milhão de analfabetos no Ceará em 2015. Em 2014, tínhamos 1,116 milhão de analfabetos com idade a partir de 15 anos. O que significa um aumento de cerca de 8%.


A Pnad também revelou que, na Região Metropolitana de Fortaleza, há 265 mil jovens e adultos que não conseguem ler e escrever. A taxa de analfabetismo cai para 8,3%. Em2014, eram 268 mil e a taxa era 8,4%. Historicamente, como explica o supervisor de Documentação e Disseminação da Informação da Unidade Estadual do IBGE no Ceará, Helder Rocha, as taxas de Fortaleza e Região Metropolitana são melhores que do Interior do Estado. No entanto, não se registrou um crescimento.

O índice é próximo à média do Nordeste, que ficou com 16,2%. Mas apesar de registrar a maior queda de analfabetos na região, passando de 22,4%, em 2004, para 16,2%, em 2015, os nove Estados ainda são responsáveis pela taxa mais elevadas do País. As menores taxas continuaram a ser as das regiões Sul (4,1%) e Sudeste (4,3%).
               
A professora do curso de Letras e coordenadora adjunta do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) - Ceará, Mônica Serafim, acredita que ainda precisa avançar muito para conseguir reverter esses índices. Para ela, é preciso formação continuada em linguagem para o professor, investimento em infraestrutura das escolas e sanar fatores sociais. “Um aluno com 15 anos teria já que ter concluído o ensino fundamental. Se ele não é alfabetizado, é preciso ter atratividade em sala de aula para que ele permaneça na escola. E é preciso também que ele não deixe de estudar para trabalhar, o que ocorre muito”, justifica.

Monica Serafim confessa que o maior desafio é a alfabetização, por ser a base de todo o conhecimento. “Se o aluno não consegue ler e escrever, ele vai ter dificuldade em outras etapas da vida escolar”, explica ela, que acredita que em 2021 o Ceará poderá sentir uma redução significativa do analfabetismo a partir dos programas como o Pnaic. “Fizemos uma previsão para o MEC de que teríamos uma forte redução desses índices em sete anos” acrescentou.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado (Seduc) informou que desenvolve ações de combate ao analfabetismo por meio do Programa Aprendizagem na Idade Certa (Mais Paic), que atualmente, abrange do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. Conforme a avaliação mais recente (2014), 84,6% das crianças encontram-se alfabetizados ao término do 2º ano.

Em 2007, esse percentual era de apenas 39,9%. Reforçou que o número de municípios cearenses no Padrão Desejável em alfabetização das crianças ao final do 2º ano do ensino fundamental subiu de 1, no início do programa, para 173, em 2014. Em relação à Alfabetização de Jovens e Adultos, ressaltou que as secretarias municipais são responsáveis desde 2007.


Diário do Nordeste

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