quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Polícia Federal cumpre mandados da Lava Jato no Ceará em Jaguaruana

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10), a 36ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Operação Dragão, com o objetivo de investigar dois importantes operadores financeiros responsáveis pela movimentação de recursos de origem ilegal, principalmente oriundos de relações criminosas entre empreiteiras e empresas sediadas no Brasil com executivos e funcionários da Petrobras.
No Ceará, a PF cumpre um mandado de busca e apreensão na cidade de Jaguaruana, localizada na região do Jaguaribe, distante 183 quilômetros de Fortaleza. Cerca de 90 policiais federais estão cumprindo 18 ordens judiciais que, além do Ceará, realiza mandados de busca e apreensão em cidades dos estados de São Paulo e Paraná.

Crimes e investigados
São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, manutenção não declarada de valores no exterior e lavagem de dinheiro.
Os principais alvos são os operadores financeiros que atuavam para a Odebrecht: Assad e Rodrigo Tacla Duran. Eles são apontados em delação como operadores utilizados para pagamentos indevidos pelo Setor de Operações Estruturadas, o ”departamento da propina”. Enquanto Assad já se encontra preso por ter sido alvo de outras fases da Lava Jato, em Curitiba e no Rio de Janeiro, Tacla Duran está no exterior.
Segundo Vincius Borin, delator que atuava no banco comprado por funcionários da empresa no exterior para efetuar pagamentos irregulares, as offshore utilizadas por Tacha Duran eram utilizadas nas operações chamadas de “kibe” e “dragão”.
O advogado Rodrigo Tacla Duran, apontado como um dos operadores das offshores criadas pelo “departamento de propina da Odebrecht”, recebeu R$ 36 milhões de empreiteiras investigadas na Lava Jato, entre elas, a UTC, Mendes Júnior e EIT. Os dados constam em pedido de quebra de sigilo de empresas que, segundo o MPF, são suspeitas de escoar a propina da Mendes Júnior. Somente da Mendes Júnior, o escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados, entre 2011 e 2013, recebeu R$ 25 milhões. Da UTC foram R$ 9 milhões e da EIT outros R$ 2 milhões.
Até então, os investigadores tinham conhecimento apenas da atuação de Tacla Duran em transações envolvendo as contras secretas da Odebrecht. Com a quebra de sigilo das construtoras, os investigadores descobriram que duas empresas de TaclaDuran foram beneficiárias de pagamentos milionários.
Nome da operação
O nome “dragão” dado à investigação policial é uma referência aos registros na contabilidade de um dos investigados que chamava de “operação dragão” os negócios fechados com parte do grupo criminoso para disponibilizar recursos ilegais no Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior.

0 comentários:

Postar um comentário