O tatuador Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos, e o
vizinho Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27 anos, foram presos em flagrante por
tortura, na noite desta sexta-feira (9), no Centro de São Bernardo do Campo.
Eles são responsáveis por tatuar a inscrição "eu sou ladrão e
vacilão" na testa de um adolescente de 17 anos. O crime, segundo informações
da polícia, foi cometido na manhã desta sexta-feira.
Na tarde deste sábado (10), a juíza
Inês Del Cid, da Vara Criminal de São Bernardo do Campo, decretou a prisão
preventiva dos dois.
A tatuagem foi filmada com o celular
de Maycon, compartilhada no Whatsapp e o vídeo viralizou rapidamente. O detalhe
é que o adolescente estava desaparecido desde 31 de maio e os familiares o
reconheceram quando também receberam o vídeo do adolescente sendo tatuado na
testa.
Nas imagens é possível perceber que o adolescente não reage
às provocações do tatuador e do vizinho dele. Em certo momento, um deles diz:
"vai doer, vai doer". Em outro momento eles perguntam ao menino o que
ele quer tatuar e forçam a resposta: "ladrão."
Com o vídeo em mãos, eles foram até
o 3º Distrito Policial de São Bernardo do Campo para tentar localizar o
paradeiro do adolescente. Segundo relato da família à polícia, o jovem é
usuário de drogas e não estaria gozando de suas faculdades mentais.
Com as informações passadas pela
família, uma equipe de investigadores seguiu até a Rua Jurubatuba, no Centro de
São Bernardo do Campo, onde localizaram o tatuador na calçada. No local não
funciona um estúdio de tatuagem, mas uma pensão onde Ronildo e Maycon eram
vizinhos.
Na delegacia, os dois disseram para
a delegada Carolina Nascimento Aguiar que o adolescente teria tentado furtar
uma bicicleta na região e ficaram revoltados com isso e "resolveram tatuar
o mesmo como forma de punição".
Uma operação de busca foi realizada na região, mas o
jovem que foi tatuado na testa permanece desaparecido até as 16h30 deste
sábado.
Os indiciados informaram aos
policiais que colocaram o jovem em liberdade.
O advogado Ariel de Castro Alves,
coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho
Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo) disse que vai acompanhar o
caso, que considera "gravíssimo". "O vídeo circula desde ontem
[sexta-feira] na internet. A polícia agiu corretamente. Submeter alguém a
intenso sofrimento físico e psicológico configura tortura. Se ele estava
tentando furtar ou roubar eles deveriam chamar a polícia e não torturar."
G1
0 comentários:
Postar um comentário