sexta-feira, 21 de julho de 2017

Preço da gasolina sobe até R$ 0,41 com nova alíquota de tributos

Alegando dificuldades na arrecadação, o governo federal anunciou ontem uma nova leva de aumento de impostos. A intenção é arrecadar R$ 10,4 bilhões para cumprir a meta fiscal de déficit primário, estabelecida em R$ 139 bilhões.
Entre os tributos elevados, estão a Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis. Com a mudança nas alíquotas, o preço da gasolina pode subir até R$ 0,41 nas bombas. O óleo diesel subirá até R$ 0,21 com a medida.

A medida pegou de surpresa os consumidores. Vendedor autônomo, Paulo Henrique Rossito, 32, calcula os prejuízos que terá com a alta de tributos. Ele utiliza carro próprio para trabalhar e gasta em média 50 litros de gasolina por semana.
“Eu sinto todo e qualquer reajuste no combustível. Pode não parecer um gasto monstruoso, mas sinto a diferença no bolso, mesmo cobrindo uma região pequena”, relata. Conforme Rossito, vendedores e transportadoras que rodam grandes distâncias terão prejuízos milionários com a mudança.
De acordo com o economista Adriano Strassburger, a alta de tributos nos combustíveis não afeta apenas os motoristas. Lembra que o aumento amplia também os gastos com transporte, trazendo reflexos para toda a cadeia de consumo.
“Isso é uma bola de neve, que reflete em todos os segmentos. Os preços no supermercado ficarão mais caros, e quem paga o pato é o consumidor final”, ressalta. Segundo ele, é medida adotada pelo governo faz parte da velha prática política de transferir para o contribuinte a conta do aumento nos gastos públicos.
“Acabam buscando arrecadações maiores para fazer frente a esse gasto, e a forma mais fácil é aumentando impostos”, alega. Conforme o economista, ao longo da história, o país convive com governos que exageram nos gastos para se manter no poder.
“Por isso, atuam como bombeiros, com medidas para resolver o agora e sem se preocupar com o futuro”, relata. Cita como exemplo a renegociação da dívida do Estado, que prevê uma carência de dez anos. Após esse período, ressalta, o valor deverá ser pago, transferindo o problema para as gestões futuras.

Bloqueio de despesas

Além da alta de impostos, o governo também contingenciará mais R$ 5,9 bilhões de despesas não obrigatórias do orçamento. Os novos cortes serão apresentados oficialmente hoje, quando o Ministério do Planejamento divulgará o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.
Em março, o governo já havia bloqueado R$ 42,1 bilhões do orçamento. De acordo com a União, esse corte adicional será revertido antes do fim do ano, com a entrada de recursos extraordinários previstos ao longo do segundo semestre.
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