Com a quadra chuvosa iniciada e precipitações bem
distribuídas pelo Estado no último sábado, 11, a expectativa do cearense se
volta para os próximos três meses. Até maio, a recuperação dos maiores açudes
depende de como, quando e onde as chuvas caem. Enquanto as chuvas isoladas
pontuais ajudam os pequenos açudes, uma recuperação dos grandes reservatórios
precisa de bons volumes fluindo pelo Cariri, Centro-Sul, Sertão Central e
Sertão de Inhamuns.
Se houver chuvas intensas e distribuídas nesses espaços, as
águas que escoam pelos rios e riachos chegam até Castanhão, Orós e Banabuiú.
Por outro lado, as bacias hidrográficas de volumes mais críticos também
precisam de boas precipitações. Como as do Curu e dos Sertões de Crateús,
enfatiza João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos
Hídricos (Cogerh).
Conforme David Ferran, meteorologista da Funceme, a ação da
Zona de Convergência Intertropical não é contínua, podendo ter alterações nos
próximos meses.
O momento ainda é de alerta, considera o presidente da
Cogerh. Até aqui, os pequenos aportes foram concentrados no noroeste do Estado.
Dentre os reservatórios, a maior recarga foi no Castanhão, chegando perto de 8
milhões de m³ — 0,1% do total. Conforme Farias, um cenário ideal é de chuvas
intensas e bem distribuídas.
Nos pequenos açudes do Interior, as chuvas isoladas são de
boa ajuda. Ainda segundo o presidente da Cogerh, levantamento da Funceme aponta
que o Ceará possui entre 5 mil e 6 mil reservatórios com cerca de 50 hectares,
pequenos açudes que dão alívio às localidades. Mas na equação das águas que
alcançam os grandes açudes e garantem segurança hídrica, entram ainda os médios
reservatórios da mesma região. Principalmente nos casos do Banabuiú e do Orós.