quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Ceará pode ter ano de seca em 2019, segundo Climatempo

O Ceará em particular – e a Região Nordeste, de um modo geral – podem ter chuvas abaixo da média histórica em 2019. Isso porque a possibilidade da ocorrência de um El Niño no fim de 2018 e início de 2019 chega a 70%, segundo o Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), dos Estados Unidos.
O El Niño é um fenômeno causado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, seguido pelo enfraquecimento dos ventos alísios. Estas alterações modificam o sistema climático de distribuição das chuvas e de calor em diversas regiões do planeta.
O fenômeno, mesmo que com fraca intensidade, tem potencial de influenciar a distribuição das chuvas na chamada quadra chuvosa no Ceará, que compreende os meses de fevereiro a maio.
“A probabilidade [de chuvas mal distribuídas e abaixo da média] é alta sim. Mesmo que o El Niño não venha totalmente a se concretizar, só o fato de a gente estar com um viés mais quente no Oceano Pacífico, já vai deixar as chuvas mais irregulares e este período tende a ser complicado para o Ceará e o Nordeste”, explica Graziella Gonçalves, meteorologista do Climatempo.
Segundo ela, para os meses de novembro e dezembro, a possibilidade da ocorrência de um El Niño é alta. “O fenômeno pode se iniciar com uma cara de Modoki [com efeitos mais brandos] por conta da temperatura da costa do Peru, que deve seguir um pouco mais baixa. Depois, a gente segue para um fenômeno mais clássico”, explica.
Reservatórios
No ano passado, a quadra chuvosa se manteve dentro da média histórica – o que não ocorria desde 2012 –, mas considerando o ano todo, as chuvas foram abaixo da média, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Isso impactou na baixa recarga dos reservatórios do Ceará, ocasionada, também, pela distribuição irregular das chuvas.
Atualmente, os 155 açudes do Ceará monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) acumulam volume apenas 13,93% da capacidade total de armazenamento de 18,62 bilhões de m³. Apenas três estão com volume superior a 90%, outros 91 estão com menos de 30%, enquanto que 18, se encontram completamente secos.
Com informação do G1

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