Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) conseguiram fazer o sequenciamento do genoma do vírus Zika e encontraram
mais evidências de que a doença está relacionada a casos de microcefalia – uma
malformação em que o bebê nasce com crânio de tamanho menor do que o normal e
desenvolve danos neurológicos, afetando a cognição.
O anúncio é do Laboratório de Virologia Molecular, que
analisou o vírus encontrado no líquido amniótico de grávidas de Campina Grande,
na Paraíba. Com sequenciamento do genoma, eles identificaram a ordem completa
das informações genéticas do vírus, um passo fundamental para entender como o
Zika age no corpo, desenvolver vacinas e exames contra a doença.
“Com essas informações poderemos tentar entender porque o
vírus está preferencialmente infectando células neuronais das crianças e não
infectando células neuronais de adultos e, no caso, das grávidas”, explicou o
professor Renato Santana, envolvido nas pesquisas.
Os cientistas do laboratório da UFRJ conseguiram também isolar
o Zika no cérebro de fetos com microcefalia e que morreram na Paraíba, logo
depois do nascimento.
Os casos confirmados de microcefalia no país subiram 10% de
uma semana para cá. No período, passaram de 462 para 508, sendo a maioria da
região Nordeste. O Ministério da Saúde não informou o total de casos
relacionados ao Zika. Na semana passada eram 41. Outros 3.935 casos de
malformação estão em análise. Por causa da microcefalia, 27 bebês morreram.
O Ministério da Saúde acredita que houve infecção pelo vírus
Zika na maior parte das mães que tiveram bebês, cujo diagnóstico final foi
“microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, sugestiva de infecção
congênita”. Pesquisadores trabalham também com a possibilidade de o Zika
desencadear outras malformações em fetos.
Agência Brasil
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