quinta-feira, 7 de julho de 2016

Polícia Civil investiga suspeita de manipulação no Campeonato Cearense

A Polícia Civil deflagrou, na manhã de ontem, a operação Game Over (do inglês, “Fim do jogo”), contra esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol. Em meio aos jogos que estariam sendo investigados a partir de relatório de um site de apostas, segundo reportagem do GloboEsporte.com, há um que pode impactar o futebol cearense, inclusive provocando mudanças no Estadual 2017. Trata-se de Itapipoca 4x0 Icasa, realizado no dia 25 de março, pela penúltima rodada do quadrangular de rebaixamento da Série A estadual. 


O Itapipoca precisava vencer com boa vantagem para tentar escapar da queda. O resultado teve influencia direta na definição dos rebaixados à Série B do Cearense, já que o Itapipoca empatou em todos os critérios com o Quixadá e escapou do descenso por ter marcado um gol a mais. Na ocasião, o Icasa já havia caído.
“Havendo comprovação de manipulação, é feita denúncia de delito desportivo, que pode gerar anulação da partida, pagamento de multa e até exclusão dos clubes envolvidos. Caso comprovada a irregularidade, pode haver sim uma mudança, (com) o Itapipoca sendo rebaixado e o Quixadá não. Mas não chegou nada oficial ao Tribunal. Temos que aguardar posicionamentos oficiais”, garantiu o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Ceará (TJDF-CE), Jamilson Veras.

O presidente interino do Icasa, Francisco Leite, o “França”, afirmou que o clube ainda não foi notificado sobre o caso. Contudo, a atual diretoria já trabalha para defender a agremiação das acusações. Além disso, em caso do Verdão se sentir prejudicado por uma provável manipulação de resultados, o cartola admitiu que poderá acionar a Justiça Desportiva para buscar esclarecimentos sobre a disputa do Estadual.
“Eu assumi o Icasa no dia 17 de abril (após o Estadual). Vim saber dessas histórias agora e passei para o Departamento Jurídico. Quando houver a notificação, serão tomadas as devidas providências. Foi uma grande surpresa essa história. Não tenho nem como saber algo sobre esse caso, pois ninguém da diretoria antiga está mais no clube”, ressaltou, apontando possíveis responsáveis. “É preciso que o ex-presidente Paz de Lira, o Émerson Maranhão (ex-diretor de Futebol), essas pessoas de antes, esclareçam”, complementou.
O POVO entrou em contato com o então presidente do Verdão, Paz de Lira, que negou qualquer envolvimento. “Nunca estive ligado a isso. Nem acompanhei a partida. É algo estranho para mim. Estou no futebol há 25 anos e nunca participei de nada de errado na minha vida”, garantiu.

A Federação Cearense de Futebol (FCF) informou que o caso já está sendo avaliado pelo departamento jurídico da entidade. “O advogado da Federação, Leandro Vásques, irá conhecer os autos dos procedimentos criminais e dará um posicionamento para a gente. Caso seja necessário, nós repassaremos toda documentação para colaborar com a Justiça”, explicou Mauro Carmélio, presidente da FCF.
Procurado pela reportagem, o presidente do Itapipoca, Márcio Eugênio, não atendeu as ligações. (Colaboraram Bruno Balacó e Daniel Santos)

O Povo

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