O vice-presidente Michel Temer atingiu o nível máximo de isolamento
dentro do Palácio do Planalto e apesar de ter se colocado à disposição,
não é recebido por Dilma Rousseff desde que apoiou a candidatura do
correligionário Eduardo Cunha (RJ) para o comando da Câmara dos
Deputados.
Segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo neste domingo, 22, as
duas únicas ocasiões juntos, presidente e vice estavam acompanhados de
outras pessoas em atividades estritamente institucionais. A primeira foi
na reunião ministerial, em 27 de janeiro, e a outra no encontro com
Eduardo Cunha –após sua eleição na Câmara– e com o presidente eleito do
Senado e também colega de partido Renan Calheiros.
Ainda de acordo com a publicação, Temer nunca teve uma relação
próxima com a companheira de chapa das eleições de 2010 e 2014, mas a
situação se agravou neste início de segundo mandato. Tal distanciamento
foi ainda alimentado por teorias da conspiração que passaram a transitar
no governo desde que o palavrão “impeachment” começou a circular nas
redes sociais, muitas vezes estimulado por integrantes da oposição.
Para alguns auxiliares presidenciais, Michel Temer seria o
beneficiário direto de um movimento com esse propósito, embora não haja
nenhum indício de atos inconfidentes por parte do vice-presidente de
Dilma.
Mesmo Eduardo Cunha, considerado pelo Palácio do Planalto como figura
hostil aos interesses do governo no Congresso, já declarou publicamente
não ver “espaço” para discutir uma possível saída da presidente.
Pedidos de impeachment têm de passar, obrigatoriamente, pelas mãos do
presidente da Câmara.
Antes de declarar apoio formal à candidatura de Cunha e Renan
Calheiros, Temer tentou, sem sucesso, falar com Dilma algumas vezes.
Diante do silêncio da presidente, optou por chamar o chefe da Casa
Civil, Aloizio Mercadante, e outros ministros para comunicá-los da
decisão. Na conversa, ninguém se opôs abertamente à ideia. Entretanto,
de lá para cá, o destino do vice-presidente foi a “geladeira” do
Planalto.
Fonte: Ceará Agora
0 comentários:
Postar um comentário