A crise hídrica, com a redução drástica no volume dos reservatórios, e
os apagões em várias cidades brasileiras, com a queda brusca no
fornecimento de energia elétrica, fizeram os brasileiros mudarem de
ideia e defenderem o racionamento na oferta desses serviços. Segundo uma
pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada, nessa segunda-feira, 65%
dos entrevistados apoiam a “adoção imediata” do racionamento de energia.
O Ceará é um dos Estados que mais sofrem com a estiagem na Região
Nordeste. São três anos consecutivos com chuvas abaixo da média
tradicional, o que vem gerando sérios problemas no abastecimento de água
no Interior. Em algumas cidades do Interior, os reservatórios que
abastecem as sedes dos municípios estão secos. Muitas cidades recebem
água por meio de carro pipa. As previsões da Funceme (Fundação Cearense
de Meteorologia) apontam que o ano de 2015 será, também, chuvas
escassas.
Um dos principais focos da pesquisa é o a Região Metropolitana de São
Paulo, onde 60% dos consumidores são a favor de um rodízio de água. A
pesquisa foi realizada nos dias 3 a 5 de fevereiro, ouvindo 4.000
pessoas em 188 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos
percentuais, com nível de confiança de 95%, –o que significa que, a cada
100 levantamentos, em 95 os resultados estarão dentro da margem de
erro.
O Datafolha foi às ruas após um janeiro de más notícias para os dois
setores. No caso da energia, o volume de água que chegou aos principais
reservatórios do país, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, foi o menor
em 84 anos. Com represas nos piores níveis históricos para o período
chuvoso, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, admitiu a
possibilidade de um racionamento de energia.
Foram autorizados reajustes nas contas que, em algumas cidades, praticamente dobrarão o custo da energia na comparação com 2014.
Os brasileiros, ao serem ouvidos pelo Instituto Datafolha, distribuem
a responsabilidade pelo desabastecimento entre Governos Estadual e
Federal. No caso da energia, 32% dos entrevistados no país apontam o
governo federal como principal responsável pela crise, seguido de
“todos” (23%) e da população (18%). Entre os que têm ensino superior,
42% atribuem o problema ao governo Dilma Rousseff (PT).
Já os problemas de água em São Paulo são atribuídos ao governo
estadual por 37% dos entrevistados no Estado. Outros 22% dizem que
“todos” são responsáveis, 20% atribuem a questão à população, e 9%, ao
governo federal.
Fonte: Ceará Agora
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