O plenário da Câmara dos Deputados concluiu mais uma etapa de votação
de projetos que mudam o sistema político brasileiro com a aprovação da
impressão do voto de cada brasileiro e uma regra que retira poder do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Hoje, os eleitores ficam na dúvida se
o seu desejo na hora de votar foi mesmo alcançado. Com a impressão do
voto, essa dúvida acaba.
Partiu do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) a proposta de impressão do
voto. Caso entre em vigor, a medida levará à necessidade de impressão de
cerca de 220 milhões de comprovantes, levando-se em conta o
comparecimento nas eleições de 2014 e os dois turnos de votação.
O texto prevê que, assegurado o sigilo, o voto impresso será
depositado de forma automática em uma urna lacrada após a confirmação do
eleitor de que o papel corresponde às suas escolhas na urna eletrônica.
A impressão do voto era cobrada por eleitores e, também, por
dirigentes partidários. Os defensores dessa medida argumentam que a
impressão do voto é necessária para dar mais segurança a eventual
conferência do resultado das eleições. O Tribunal Superior Eleitoral
afirma que o sistema de votação por meio das urnas eletrônicas é 100%
seguro, mas essa confiabilidade é frequentemente questionada por
políticos e nas redes sociais.
Após a reeleição de Dilma Rousseff, o PSDB conseguiu autorização do
TSE para realização de uma auditoria, ainda não concluída, no resultado
das urnas: a ação tucana foi motivada pela estreita diferença de Dilma
em relação a Aécio Neves (PSDB) – 51,6% dos votos válidos contra 48,4%.
Bolsonaro, ao defender a impressão do voto, disse que somente com o
voto impresso pode-se “retirar, democraticamente, o PT do poder em
2018″. Quanto à medida que restringe o raio de ação do TSE, o projeto
prevê uma “quarentena” de um ano e meio para que resoluções editadas
pelo tribunal tenham efeito prático. Há no mundo político uma antiga
reclamação de que o tribunal muda regras em cima das eleições mediante
novas interpretações da lei.
Fonte: Ceará Agora
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