A modelo Mariana Livinalli Rodriguez, de 25 anos, atropelada por
um ônibus na ciclovia da Avenida Brigadeiro Faria Lima (zona sul de São
Paulo) na terça-feira, dia 1º, morreu na noite desta quinta-feira. A
jovem sofreu traumatismo craniano e teve o óbito confirmado pelo
Registro Geral do Hospital das Clínicas à zero hora de hoje.
De
acordo com as informações dadas à reportagem diretamente na portaria do
HC, os pais haviam sido informados e estavam adiantando os documentos
para a liberação do corpo. A agência JOY Model Management havia
informado às 22h13 sobre o óbito. Mas a assessoria do centro médico
manteve a informação de que, até o boletim das 22h, ainda não havia sido
registrada a morte. Thiago Bonduky, relações-públicas e amigo da
modelo, lamentou a morte.
A ciclista nasceu em Soledade, no
Rio Grande do Sul, morava sozinha em São Paulo e fazia trabalhos como
modelo para a JOY. Ela tinha sido capa de duas edições da revista
Women's Health e uma da Boa Forma. Se não fosse o contato com o
trabalho, a jovem poderia não ter sido localizada pela família após o
acidente, cujas causas ainda devem ser investigadas.
Ontem,
um agente de trânsito registrou os semáforos - incluindo os dos
ciclistas - no cruzamento da Faria Lima com a Rua Chopin Tavares de Lima
para análise. A Prefeitura não disse se haverá alterações no local.
A
polícia suspeita de que Mariana tenha desrespeitado o sinal vermelho
para bikes. Ela trafegava pela ciclovia no sentido Praça Pan-Americana e
atravessou o cruzamento. O motorista estava no mesmo sentido pela
avenida e fazia uma conversão à esquerda, no momento em que atingiu a
modelo com a parte esquerda do veículo. O caso foi registrado no 14.º DP
(Pinheiros) como lesão corporal culposa (sem intenção).
No
boletim de ocorrência, o motorista do ônibus afirmou que a vítima "não
observou o semáforo fechado para ela e atravessou a via". Dois peritos
da Polícia Científica foram até o cruzamento e relataram no documento
que "possivelmente a vítima não observou o semáforo desfavorável".
Ontem,
o prefeito Fernando Haddad (PT) comentou o acidente. "Vamos aguardar
esse inquérito, vamos verificar o que aconteceu. Vamos deixar a perícia
avaliar antes de ficar prejulgando o comportamento seja do motorista,
seja da ciclista."
Capacete
Para Daniel
Guth, diretor do Associação dos Ciclistas Urbanos, o cruzamento onde
Mariana foi atropelada é confuso. Ele disse que o capacete, que ela não
usava, poderia ser indiferente. "Se estivesse usando, o próprio
equipamento poderia dar essa lesão."
Dirceu Rodrigues
Alves Junior, do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da
Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), concordou e
disse que o equipamento protege apenas a parte superior da cabeça e "não
o crânio todo".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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