A Secretaria da Saúde do Ceará confirmou a notificação de 16 casos de microcefalia no estado em 2015.
A nota técnica divulgada nesta terça-feira informa que todos os
pacientes com a anomalia serão reanalisados para consolidar o
diagnóstico e tentar identificar causas. O Ministério da Saúde também
divulgou nesta terça-feira o aparecimento de 399 casos em 7 estados, todos no Nordeste. O órgão federal, embora ainda não aponte causas, suspeita de relação da doença com a infecção por Zika vírus.
O dado foi divulgado, nesta terça-feira (17), pelo Ministério da Saúde. De acordo com o boletim epidemiológico, foram notificados, até o momento, 399 casos da doença em recém-nascidos de 7 estados do Nordeste.
Pernambuco, primeiro estado a identificar o aumento
da doença e que vem sendo acompanhado pelo ministério desde o último dia
22, é quem tem maior número de casos registrados até o momento, com
268. Em seguida, estão os estados de Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (16) e Bahia (8).
No Ceará, o número de bebês que nasceram com microcefalia até este
mês é superior aos registrados em todo o ano de 2014, quando 7 casos
foram identificados. Conforme o Ministério, nos últimos anos, o Ceará
teve 5 ocorrências da doença em 2013, 9 em 2012, 4 em 2011 e 8 em 2010.
Em todo o Brasil, também houve um aumento no número de registros da
doença na comparação com anos anteriores. Em 2014, foram 147 casos,
enquanto que em 2013 foram 167, em 2012, 175, 139 em 2011 e 153 em 201.
Casos estão sendo investigados
O Ministério da Saúde informa que não é possível precisar ainda a
causa do aumento de microcefalia que está sendo registrado em 7 estados
do Nordeste. Segundo a pasta, as análises ainda não foram concluídas e
todas as hipóteses estão sendo estudadas.
A pasta afirmou, no entanto, que foi notificada nesta terça pela Fiocruz, que participa das investigações. Esta informou que o Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz
concluiu diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus
Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram
confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia.
Apesar do avanço, ainda não é possível correlacionar o vírus com a
doença.
“O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de
líquido amniótico, com o uso da técnica de RT-PCR em tempo real. Apesar
de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção
por Zika vírus em humanos, os dados atuais não permitem correlacionar
inequivocamente, de forma causal, a infecção pelo Zika com a
microcefalia. Tal esclarecimento se dará por estudos coordenados pelo
Ministério e outras instituições envolvidas na investigação das causas
de microcefalia no País”, diz a nota.
Os casos estão sendo investigados de forma conjunta pelo Ministério
da Saúde com as secretarias municipais e estaduais, com apoio de
instituições nacionais e internacionais. Comitês de especialistas também
darão suporte nas análises epidemiológicas e laboratorial, bem como no
acompanhamento dos casos.
Na semana passada, foi declarada Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional para dar maior agilidade às investigações. O
Ministério orienta que os gestores comuniquem imediatamente, por meio de
formulários online, os casos da doença.
Recomendações às gestantes
O ministério lembra ainda que é importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e consultas de pré-natal, evitarem ingestão de bebidas alcoólicas e drogas, além de adotarem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença.
“A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação
congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na
atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as
autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro
cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de
diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos
(infecciosos), como bactérias, vírus e radiação”, revela a nota.
Diário do Nordeste
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