Foram confirmadas 15 mortes de
bebês com microcefalia no Ceará, sendo oito casos com identificação do zika
vírus no tecido fetal, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), nesta terça-feira, 15. O relatório também
confirmou 48 casos de microcefalia e alterações do Sistema Nervoso Central
(SNC).
Os dados da Sesa são referentes
ao período de outubro de 2015 a 10 de março deste mês. Fortaleza tem três
mortes confirmadas em decorrência da microcefalia, enquanto Canindé possui duas
confirmações. Os municípios seguintes registraram um óbito cada: Crateús,
Iguatu, Ipaumirim, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Morrinhos, Piquet Carneiro, Russas,
Tejuçuoca e Tururu.
De acordo com o boletim, 13
óbitos permanecem em investigação. Foram notificados 395 casos de microcefalia,
destes 83 foram descartados. Do total de notificações, 328 foram detectados no
pós-parto e 67 durante a gestação.
Causas da microcefalia
A microcefalia pode ter diversas
causas. Desde doenças genéticas até fatores ambientais, como sangramentos, uso
de substâncias químicas durante a gestação, contato com radiação, infecções por
bactérias, vírus ou parasitas, entre outros.
Em todos os casos, há uma
malformação do cérebro, que não se desenvolve normalmente. Com isso, o crânio
não tem seu crescimento estimulado, e a criança nasce com o perímetro da cabeça
menor do que a média. O crânio de um bebê nascido a termo, isto é, após nove
meses de gravidez, tem pelo menos 34 centímetros de perímetro. Para crianças
prematuras, os valores podem variar.
Se a hipótese do zika vírus
estiver correta, o processo seria similar ao de outras infecções, como a
rubéola, que também pode causar a microcefalia. No caso da zika, a mãe pode
transmitir o vírus mesmo sem ter sinais da doença entre 70% e 80% das pessoas
infectadas não apresentam sintomas.
Uma vez no corpo da mãe, o vírus
pode romper a barreira protetora da placenta e chegar ao feto. Como o bebê não
tem um sistema imunológico maduro, fica vulnerável à doença.
O POVO Online
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