Foi uma noite para a torcida do Fortaleza jamais esquecer. Com uma
atuação de pura superação e raça, o Leão ganhou do Ceará de virada, por 2
a 1, no Castelão, pelo Estadual, quebrando um tabu de 13 jogos sem
perder para o rival, deixando sua torcida em êxtase após 1.119 dias.
E se no último sábado o herói do jogo foi o alvinegro William, com o
gol da vitória aos 40 minutos, o clássico de ontem teve um desfecho
parecido, com o jogador decisivo saindo do banco de reservas: o gol
tricolor que deu fim ao tabu de três anos foi aos 42 do 2º tempo, com o
meia Maranhão, que acertou um 'chutaço', vencendo Luís Carlos, que já
tinha evitado por duas vezes a virada tricolor.
A vitória leonina foi importante não apenas para tirar um peso das
'costas' da torcida e do clube, como dar um fôlego na luta pelas
classificação às semifinais do Campeonato Cearense, já que o Leão entrou
em campo fora da classificação do grupo B1 e agora só depende de si
para avançar. Já o Ceará, perdeu a chance de se classificar
antecipadamente, mas continua na liderança do grupo B2.
E esta necessidade de vitória fez o Leão entrar com a faca nos dentes.
Marcando a saída de bola do Ceará e ganhando praticamente todas as
divididas, a equipe de Marcelo Chamusca marcou território e dominou o
primeiro tempo. Mas quem saiu na frente foi o Ceará, encaixando um
contra-ataque, sua estratégia de jogo: aos 21 minutos, após boa jogada
de Assisinho, que cruzou e Ricardinho abriu o placar.
Após o gol, o Ceará melhorou e passou a tocar melhor a bola, mas longe
da intensidade dos leoninos, que empataram aos 36 minutos, em bela
cabeçada de Daniel Sobralense, acertando o canto de Luís Carlos: 1 a 1.
No segundo tempo, o Fortaleza continuou melhor, exigindo pelo menos
duas defesas espetaculares do goleiro alvinegro Luís Carlos: na
primeira, Pio bateu de longe e ele espalmou, e na segunda, a mais
impressionante, em cabeçada fortíssima de Lúcio Maranhão, que Luís fez
uma defesa quase impossível.
Foi quando aos 26 minutos, entraria o jogador que mudaria a história do
Clássico-Rei: o meia Maranhão, jogador que vinha sendo muito criticado
pela torcida tricolor. Mas em clássicos, volta a meia surgem os heróis
improváveis.
Aos 42 minutos, após cobrança ensaiada de escanteio, Maranhão mandou um
chute belíssimo para enfim, vencer o goleiro Luís Carlos: 2 a 1. Era o
gol da virada do Fortaleza e o fim de um do tabu de 13 jogos sem vencer o
Ceará e comemoração efusiva a torcida e jogadores do Leão.
Quase 200 são detidos no jogo
A Polícia confirmou que 166 pessoas, sendo 42 adolescentes, foram
detidas ontem, de acordo com o Comandante do Batalhão de Eventos da
Polícia Militar, Coronel Aginaldo. Todos foram encaminhados para o 16º
Distrito Policial. Dentre as ocorrências, as forças policiais
encontraram rojões, uma granada caseira de pregos e um coquetel molotov
com um grupo de 36 torcedores do Fortaleza, sendo 16 adolescentes, na
Avenida Alberto Craveiro. Antes mesmo do jogo iniciar, 80 prisões já
haviam sido efetuadas.
Por meio da ferramenta VCrepórter, leitores do Diário do Nordeste
informaram o disparo de armas de fogo nas proximidades do terminal do
Antônio Bezerra, por volta das 17h. A Coordenadoria Integrada de
Operações de Segurança (Ciops) não confirmou se os tiros efetuados foram
trocados entre torcidas organizadas ou se haviam policiais envolvidos.
Em relação a esta ocorrência, o comandante do Raio, major Márcio
Oliveira, informou que torcedores rivais já se encontravam dentro dos
ônibus e desceram com o intuito de se digladiarem.
Depredação
Além disso, um coletivo foi depredado por torcedores do Ceará enquanto
seguiam na Avenida Silas Munguba. O veículo foi ainda utilizado para
transportar os detidos à delegacia. "Infelizmente hoje os torcedores
vieram realmente com o intuito de promover a desordem", apontou major
Oliveira.
No terminal da Lagoa, as torcidas entraram em confronto munidas de paus e pedras.
Fonte: DN
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