O cearense Mario Jardel, que começou a carreira no futebol pelo
Ferroviário, com passagem pelo Grêmio (Porto Alegre) e Porto de Portugal
e, hoje, é deputado estadual no Rio Grande do Sul, ganhou, nas últimas
24 horas, as manchetes de sites de notícias, programas de rádio e de
televisão e dos jornais com a decisão de demitir todos os assessores
parlamentares, tirar licença da Assembleia Legislativa gaúcha e embarcar
com destino ao Ceará.
Uma das versões para a inesperada decisão é que Jardel passa por
problemas de saúde, como estresse e depressão. Familiares contestam a
informação. Outra versão aponta que Jardel teria se recusado a ceder a
pressões do PSD – sigla a qual é filiado, na montagem da assessoria
parlamentar do seu gabinete na Assembleia Legislativa. Em meio a
especulações, Jardel mergulhou, tirou uma licença para tratamento de
saúde e teria viajado para Fortaleza.
De acordo com reportagem do Jornal O Globo, edição desta terça-feira
(07/04), ‘’o deputado estadual do Rio Grande do Sul Mario Jardel (PSD),
eleito pela primeira vez no ano passado com mais de 40 mil votos,
exonerou todo o seu gabinete nessa segunda-feira e entrou em licença
médica de nove dias depois de acusar o partido de “aparelhar” seu
mandato. As 21 exonerações, que incluem oito servidores da bancada do
PSD na Assembleia, do qual Jardel é o único representante, foram
publicadas no Diário Oficial do órgão.
Junto com as exonerações, o Diário da Assembleia publicou também a
nomeação de quatro novos servidores para o gabinete de Jardel — que deve
reorganizar seu mandato até a próxima sexta-feira, quando retorna da
licença. O deputado, que foi atacante do Grêmio na campanha do
bicampeonato da América em 1996 e bola de ouro jogando pelo Porto em
1999, se licenciou da Assembleia até o dia 9 de abril.
A alegação oficial é de estresse e depressão, mas o atual chefe de
gabinete de Jardel, Cristian Lima, acusou ex-servidores do deputado de o
coagirem a tomar medidas administrativas contra a sua vontade e de,
inclusive, ameaçá-lo de morte.
— Foi uma medida drástica motivada pelo menosprezo que o partido
vinha tendo pelo deputado. O Jardel não indicou nenhum dos seus
assessores, quando chegou já estavam todos nomeados. Além disso, havia
servidores respondendo a processos criminais na justiça federal. A
situação ficou insustentável quando começaram a ameaçar a família e o
próprio deputado de morte — alegou Lima.
Um servidor nomeado nesta segunda-feira confirmou que o deputado
“estava sendo passado para trás” pelos CCs (cargos de confiança) do
gabinete. Segundo o funcionário, os servidores demitidos obtinham
vantagens pessoais sem a concordância do parlamentar.
A superintendência da Assembleia Legislativa do Estado informou que
não recebeu nenhum pedido de licença e não concedeu nenhuma autorização
de afastamento da atividade parlamentar para Jardel. O assunto deve ser
tratado na reunião desta terça-feira da mesa diretora do órgão.
Depois das exonerações, Jardel viajou com a família para um lugar não
informado pela sua assessoria. Segundo o chefe de gabinete, a intenção
do parlamentar era passar a semana em Portugal, onde moram dois filhos
do primeiro casamento do ex-jogador de futebol. Mas a viagem teria sido
cancelada devido à grande repercussão do caso. O deputado não atendeu às
chamadas nos dois celulares que mantém.
Ídolo da torcida tricolor, Jardel ingressou na política apadrinhado
por outro ícone gremista — o goleiro Danrlei, eleito deputado federal
pelo PTB em 2010 e que migrou para o PSD um ano depois. O atacante,
nascido no Ceará, iniciou sua carreira no Vasco, onde jogou de 1992 a
1994, antes de ser transferido para o clube gaúcho. O melhor momento da
carreira foi na Europa: como atacante do Porto, onde jogou por quatro
temporadas, marcou 130 gols em 125 jogos.
Fonte: Ceará Agora
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