O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
anunciou nesta sexta-feira (17) seu rompimento político com o governo
Dilma Rousseff. O peemedebista acusa o Palácio Planalto de ter se
articulado com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para
incriminá-lo na Operação Lava Jato. “Eu, formalmente, estou rompido com o
governo. Politicamente estou rompido”, enfatizou Cunha em coletiva de
imprensa na Câmara.
Cunha disse que o rompimento não significa que haverá o “fim da
governabilidade”. Ele assegurou que continuará a pautar os projetos,
inclusive de interesse do governo. Mas fez um alerta: “Saiba que o
presidente da Câmara agora é oposição ao governo”.
Entre as retaliações ao governo que devem ser colocadas em prática
está além da convocação de ministros mais próximos de Dilma, logo após o
final do recesso parlamentar, a instalação das Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs) para investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e os Fundos de Pensões. Para atormentar o sono do Palácio do
Planalto, contrário à criação das comissões, articula-se a entrega das
relatorias a integrantes da oposição.
Na véspera do anúncio de rompimento, Cunha procurou o vice-presidente
da República, Michel Temer, e tiveram uma conversa na Base Aérea de
Brasília momentos antes do vice deixar a capital federal. Segundo
relatos, o presidente da Câmara se mostrava “indignado”.
A retaliação do presidente da Câmara ao Palácio do Planalto ocorre um
dia após ser divulgada parte da acusação feita pelo lobista Júlio
Camargo de que ele teria cobrado US$ 5 milhões.
Com Estadão Conteúdo e G1.
Fonte: Ceará Agora
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