quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Sessão no Conselho de Ética é suspensa após briga entre deputados

A sessão no Conselho de Ética na manhã desta quinta-feira, em que será apresentado projeto defendendo o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo até o julgamento do seu caso, foi suspensa após uma briga entre os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB). Os dois bateram boca e até chegaram a trocar tapas no início da sessão. A confusão se intensificou quando o deputado Zé Geraldo disse: “a turma do Cunha quer bagunçar”. Nesse momento, o deputado Wellington Roberto, que estava sentado atrás dele, avançou em direção a ele e, segundo Zé Geraldo, o agrediu com tapas.


— Aceito tudo, mas me tocar, não — berrou o deputado petista.

— Macho nenhum vai tocar em mim, não. O senhor é moleque — respondeu Roberto.

Vários parlamentares interferiram para que a briga não ficasse mais violenta. O presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), reclamou quando a confusão foi contida.

— Jamais aqui poderá ser transformado num ringue, não é disputa corporal e ninguém vai ganhar no grito. Moderem-se e ajam como parlamentares do Conselho de Ética, respeitem essa Casa — disse Araújo.

A estratégia dos aliados de Cunha continua sendo tentar adiar o andamento da sessão, com questionamentos e provocações ao presidente do Conselho, para ganhar mais prazo e evitar também a votação desse projeto que tenta afastar Cunha do cargo.

O comando do colegiado acusa o peemedebista de “impor manobras regimentais procrastinatórias” no processo que corre contra ele naquele órgão. A proposta, de quatro páginas, deve ser apresentada ainda na manhã desta quinta, na reunião que já acontece para tratar do caso Cunha. O presidente do conselho deve oficializar o novo relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO).

O projeto cita os fatos de ontem, quando o relator Fausto Pinato foi afastado após manobra de Cunha com o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Foi o vice quem determinou a troca do relator.

“Diante dos gravíssimos fatos ocorridos na reunião de ontem (quarta), cumpre determinar desde logo o afastamento cautelar do parlamentar até a conclusão do processo, a fim de que se possa retomar o regular processamento da votação da matéria neste colegiado”.

O comando do Conselho de Ética diz ainda que, após a decisão do órgão ontem, que, por 11 a 10, rejeitou o adiamento do julgamento de Cunha, “uma série de intercorrências passaram a macular todo o processo”.

No final, o texto acusa Cunha de “impor manobras regimentais procrastiniatórias” e defende seu afastamento.

Integrante do conselho, a deputada Eliziane Gama (Rede-MA) defende a saída de Cunha até o final do processo.

— O ideal é que ele se afaste mesmo. Já ultrapassou todos os limites. O presidente Eduardo Cunha instrumentalizou o conselho, que, com sua tropa de choque, faz todas ingerências para o processo não andar. Basta disso — disse Eliziane.

Com informações do O Globo.

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