quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Cogerh corta água e paralisa Canal do Trabalhador

A partir de hoje, quarta-feira, 17/02, â Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) reduzirá ainda mais a oferta de água para as atividades da agricultura irrigada no Baixo Jaguaribe.

Será reduzida a vazão da válvula dispersora do açude Castanhão, por meio da qual o rio Jaguaribe se pereniza daí até sua foz, na divisa dos municípios de Fortim e Aracati.

Assim, a pouca água liberada por essa válvula beneficiará apenas o trecho entre a barragem do Castanhão e a cidade de Limoeiro do Norte, onde há uma pequena barragem de acumulação. Daí em diante, o baixo volume de água será consumido, no meio do caminho, pela infiltração e pela evaporação.
 
Isto quer dizer que de Limoeiro até Itaiçaba, onde está a barragem de captação do Canal do Trabalhador, não haverá água.

E quer dizer ainda que, por falta dess água, será paralisada a operação do Canal do Trabalhador (foto), que até agora vinha transportando 5 m³ por segundo para o sistema de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.

Há uma motobomba que capta água na barragem de Itaiçaba e a transfere para o Canal do Trabalhador. Mas toda a água ainda existente nessa barragem será consumida em três dias, segundo revelou um técnico da Cogerh.

Resumo: o abastecimento de água de Fortaleza e de sua Região Metropolitana e do Complexo Industrial e Portuário do Pecém será feito, exclusivamente, pelo Eixão das Águas.

Neste momento, o Eixão das Águas traz do Castanhão para Fortaleza 9,5 m³ de água.
Esse volume era de 14,5 m³/s por causa da contribuição do Canal do Trabalhador, que será agora desativado.

Como a capacidade de represamento do Castanhão está em menos de 15%, a preocupação da Cogerh, agora, é garantir a oferta de água à população e à indústria de Fortaleza e do Pecém. É por esta razão que a Cogerh decidiu por reduzir ao mínimo possível a vazão da válvula dispersora do Castanhão.

Como se observa, agrava-se a crise da oferta de água no Ceará, que, pela previsão da Funceme, enfrentará neste 2016 o quinto ano consecutivo de chuvas abaixo da média histórica.

DN

0 comentários:

Postar um comentário