Em pouco mais de duas semanas, a presidente Dilma Rousseff poderá ter
afastamento efetivado. A votação do impeachment deve ser levada ao
plenário do Senado entre 11 e 13 de maio, se todos os prazos forem
cumpridos. Basta maioria simples dos presentes para aprovar a
continuidade do processo, que a afastaria da Presidência por 180 dias.
Ontem, em meio a bate-boca, os senadores discutiram como será o
processo na Casa. As indicações para a Comissão Especial do Impeachment,
formada por 21 senadores, serão feitas por blocos políticos, em vez de
partidos (ver quadro abaixo).
O colegiado será instalado na
segunda-feira, 25. Por decisão de 40 a 41 votos, a forma de escolha
inclui parlamentares de partidos menores, que não teriam chance de
participar da comissão se a indicação fosse feita por legenda. Com maior
bloco, o PMDB terá cinco vagas na comissão e poderá escolher relator ou
presidente.
De acordo com o líder da sigla no Senado,
Eunício Oliveira (CE), as chances são de que o impeachment seja levado
adiante no Senado,. “Acho difícil o afastamento não acontecer, porque o
Governo não teve o número mínimo nem na Câmara”, diz.
Enquanto o PMDB debate sobre os nomes que irá indicar, o bloco da oposição já formou chapa com titulares e suplentes. O senador do Ceará Tasso Jereissati está entre os substitutos.
Do lado do governo, o cearense José Pimentel ocupará uma das cadeiras titulares reservadas ao bloco PT-PDT. O POVO tentou contato com o parlamentar, mas ele não retornou ligações até o fechamento desta edição.
Prazos
O cronograma do impeachment gerou atrito no Senado. Por um lado, a oposição queria que as indicações ocorressem ainda ontem.
A base pediu que fosse cumprido o prazo de 48 horas para escolher seus representantes.
O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), tentou conciliar reivindicações das duas frentes e fechou da data de instalação da comissão para 25 de abril.
A votação no plenário pode ser antecipada para 13 de maio, por exemplo, se a comissão aprovar um parecer antes do prazo máximo de dez dias úteis para concluir os trabalhos. O calendário pode mudar conforme a articulação política de governo e oposição dentro desse colegiado.
Renan informou também que antecipará a participação do presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Uma vez aprovada a admissibilidade do impeachment, todas as questões e dúvidas sobre o processo deverão ser dirigidas a Lewandowski. (Folhapress).
O Povo
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