Um paciente de São Paulo receberá
neste domingo (12) um transplante de fígado de um doador de Natal, em Rio
Grande do Norte, órgão transportado em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O transporte foi possível após decreto presidencial que disponibilizou uma
aeronave da Força Aérea para o serviço.
"O órgão foi doado em Natal,
onde não se faz transplante de fígado, mas há profissionais que fazem a
retirada. Como não tem horário de voo comercial para Fortaleza em tempo hábil,
conseguimos solicitar um avião da FAB, já disponível para trazer o órgão assim
que a retirada for concluída. Sem essa disponibilidade, não salvaríamos essa
vida", relata Huygens Garcia, chefe do setor de transplante do Hospital
Universitário Walter Cantídio.
A retirada do fígado foi iniciada
em Natal às 14h deste domingo, e a previsão para conclusão é às 17h30, segundo
Garcia. "A aeronave já está aguardando a conclusão da retirada do fígado
para trazê-lo a Fortaleza, o que vai dar mais rapidez e segurança nas
cirurgias, porque esses órgãos não podem ser armazenados por muito tempo",
explica.
O paciente que vai receber o
órgão em Fortaleza é natural de São Paulo e está há seis meses na fila de
espera. Ele foi internado para receber o fígado nesta manhã. Para o responsável
pela cirurgia em Fortaleza, não seria possível salvá-lo sem a disponibilidade
da aeronave.
"Antes esses aviões só
transportavam políticos e muitos ficavam parados lá em Brasília. Agora eles vão
salvar vidas, como nesse caso de hoje em Fortaleza, uma vida salva",
afirma o médico Huygens Garcia.
Decreto presidencial
Na segunda-feira (6) o presidente
em exercício, Michel Temer, anunciou em um pronunciamento no Palácio do
Planalto, ter ordenado que a Aeronáutica mantenha permanentemente à disposição
um jato da FAB para atuar no transporte de órgãos e tecidos para transplantes.
Na sexta-feira (10), uma aeronave
da FAB fez o primeiro transplante de órgão após o decreto, em Recife. Na
chegada à capital pernambucana, o tenente-coronel Cláudio David, do Segundo
Comando Aéreo Regional, que participou da operação de transporte no Nordeste,
se disse bastante satisfeito, já que a medida pode salvar vidas. "Poder
contribuir para uma missão de tamanha relevância realmente é uma satisfação que
cada elo desse sistema sente e pode passar para a sociedade, uma sensação de
dever cumprido", comentou.
G1/CE
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