quarta-feira, 11 de março de 2020

Produtos em supermercados podem ficar até 40% mais caros com alta do dólar

A instabilidade da economia mundial, que vem afetando a desvalorização cambial do real frente ao dólar, não deverá ficar restrito ao mercado financeiro. Segundo economistas ouvidos pela reportagem, os setores de serviços e comércio podem ter os produtos encarecidos em até 40%, elevando, por exemplo, o preço do pão e vários itens nos supermercados, como a carne. 

A dinâmica cambial, apesar de não influenciar diretamente quem não compra dólar, afeta todas as cadeias produtivas que dependem da importação de insumos, matéria-prima e equipamentos. Dentro dessa análise, muito produtos negociados em supermercados serão afetados pela desvalorização do real frente ao dólar.
O pão, por exemplo, depende as importações do trigo, enquanto alguns itens nas gôndolas terão os preços afetados pelo encarecimento das embalagens ou insumos importados, segundo Reinaldo Domingos presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e dono do canal Dinheiro à vista no YouTube.
"O impacto é simples, os aumentos do dólar e do euro vão pressionar uma situação de aumento em todos os produtos que sofrem influencia direta da importação, como o pão, que depende do trigo. O supermercado do brasileiro tem muita coisa que depende do dólar, como embalagem, então vão aumentar. Setores vão ter altas de 20% a 40% e alguns podem até dobrar os preços", disse Reinaldo.
As pessoas que já compraram passagens para viagens no exterior também poderão ser prejudicadas com a alta do dólar. Segundo Alcântara Macêdo, economista e consultor internacional, com a alta da moeda americana, todos os serviços lá fora, como hospedagem, lazer e alimentação, ficarão mais caros.
Apesar dos pontos negativos, Macêdo destacou que as empresas que faturam com exportação no Ceará poderão se beneficiar da flutuação cambial, apontando um contraponto positivo.
"Para quem está exportando é muito bom, porque essa desvalorização do dólar aumenta os ganhos. Quem perde muito é quem já pagou as viagens para o exterior porque as hospedagens, lazer e alimentação ficarão mais caros", disse Macêdo.
Contornando a alta
As recomendações para não ser tão impactado pela alta do dólar, de acordo com os economistas, passam pela análise dos gastos pessoais para redefinir prioridades. O objetivo é focar em coisas de necessidade prioritária, como saúde, alimentação e higiene.
Produtos que tiverem os preços alterados pela flutuação cambial e que puderem ser deixados de lado, devem deixar de ocupar espaço no orçamento.
"O que precisa ser feito é conscientizar a família e não de desesperar e fazer com que todos entendam que como serpa o impacto na vida de cada um, e na família de cada um", disse Reinaldo.
O presidente da Abefin ainda reforçou que os preços dos produtos no Brasil deverão passar por um processo elástico, não retornando ao patamar anterior ao período de flutuação do dólar.
"Vamos passar por um efeito elástico. Tudo que aumentar vai ocasionar em pós crise não retornar aos valores que tínhamos. As coisas vão ficar mais caras, então é preciso reavaliar os gastos no orçamento", explicou.

DN

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