domingo, 19 de abril de 2020

Entre pressões econômicas e o colapso na saúde, Camilo deve levar isolamento até início de maio

O governador Camilo Santana (PT) oficializa, nesta segunda-feira (20), entre as pressões para abertura das atividades comerciais e o colapso na rede pública de saúde, a prorrogação do isolamento social como iniciativa para barrar o crescimento da pandemia do coronavírus. O Ceará registra, até o início deste domingo, 3.108 pessoas infectadas e 181 óbitos pela síndrome respiratória, sendo que, desse total, 141 mortes ocorreram na Capital.

Os cearenses devem cumprir, no mínimo, mais duas semanas de confinamento, ficando em casa até o dia 4 de maio, que é a primeira segunda-feira do mês de maio. O período é marcado por dois feriados – 21 de abril (terça-feira)  e primeiro de maio (sexta-feira). As duas datas amenizam a ansiedade de quem quer abrir as portas dos seus negócios e pelas pessoas que estão dentro de casa.
Camilo tem ouvido fortes cobranças da área industrial e empresarial para autorizar, aos poucos, o retorno das atividades produtivas. É grande a angústia de pequenos, médios e grandes empreendedores com o caixa vazio e as contas que estão chegando. Uma cobrança da área empresarial é sempre acompanhada de ponderações da Secretaria de Saúde do Estado.
Um dos entusiastas do afrouxamento das normas de isolamento é o ex-presidente da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), Beto Studart. Beto chegou a comemorar, no último domingo, a flexibilização das regras de distanciamento social, mas o ufanismo acabou por surtir efeitos contrários e provocou mudanças no decreto assinado pelo próprio Chefe do Executivo Estadual.
Camilo trabalha, ainda, com um cenário regional: ele mantém conversas com os Governadores dos Estados do Nordeste para, se possível, as medidas de isolamentos social serem sintonizadas. O Nordeste registra, neste domingo, 479 mortes pelo coronavírus, além de 8.705 pessoas infectadas.
As decisões conjuntas entre os governadores contribuem para maior êxito nas ações de enfrentamento à Covid-19 uma vez que, com essas medidas, as divisas entre os estados continuarão com barreiras, evitando, assim, maior propagação do vírus. Simultâneo à prorrogação do decreto que mantém o isolamento social, Camilo, a exemplo dos demais governadores brasileiros, tem a semana como decisiva para aprovação de projetos que tramitam na Câmara Federal e no Senado disciplinando socorro aos estados e municípios. O dinheiro é oriundo da União, mas o Governo Fede ral resiste pagar a conta no tamanho que os prefeitos e os governadores querem.
Ceará Agora

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