Icapuí Este Município é novo, e mesmo com o pouco tempo de emancipação política (27 anos) apresenta fenômenos atípicos, como a eleição para prefeito no próximo domingo.
Até o fim do ano, a cidade terá três prefeitos. A população não está somente dividida. Está confusa. Dois dos três candidatos tiveram a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, e a eleição deve acontecer só com um candidato. Mesmo assim, todos continuam fazendo campanha pelas ruas. Enquanto um dos impugnados ensaia a estratégia de colocar o seu vice no lugar para validar os votos, aliados do prefeito cassado, Edilson da Silva, apelam ao Tribunal Superior Eleitoral o seu retorno. Pelo histórico de violência na cidade em período eleitoral, a Justiça proibiu manifestações na semana do pleito, mas com o reforço na segurança autorizou manifestações coletivas até ontem.
O candidato Jerônimo Reis, do Partido dos Trabalhadores (PT), é o único candidato autorizado a seguir no pleito do próximo domingo. Mas, ontem pela manhã, ainda havia manifestação de militantes dos candidatos Lacerda Filho (PMDB) e Marcus Rebouças (PTN). Eles tiveram as candidaturas impugnadas pela juíza Sâmea Freitas da Silveira, da 8ª Zona Eleitoral de Aracati, pois não cumpriram o prazo mínimo de filiação aos partidos. Eles recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que reafirmou a decisão da primeira instância. Eles podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas, além ser improvável que a decisão saia antes das eleições, o mais natural é que os ministros sigam os critérios já adotados pelas duas outras instâncias.
Assim, o que se especula é que Lacerda Filho seja substituído até 24 horas antes da votação pelo seu vice, Irmão Betinho, o que é permitido em Lei, embora na urna eleitoral deva aparecer a foto do candidato Lacerda. O histórico de eleições municipais em Icapuí é mesmo de muito acirramento - em ano anterior existiu troca de tiro entre militantes. A juíza eleitoral autorizou, após chegada de reforço policial, eventos políticos durante esta semana. Mas policiais da Companhia Militar de Aracati estão de prontidão.
Três prefeitos
Após a cassação de Edilson da Silva, no dia 19 de setembro, assumiu o presidente da Câmara, Manoel Jeová da Silva, o "Cadá", que está no cargo até o fim da eleição suplementar. Neste ínterim, "Cadá" denunciou possível desmonte na Prefeitura. O atual prefeito acusa o antecessor de provocar rombo de R$ 19 milhões nos cofres públicos.
O "Irmão Edilson" teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral sob acusação de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2008.
Na cidade, aliados do prefeito cassado se mobilizam para conseguir, em Brasília, que o Tribunal Superior Eleitoral revalide o mandato.
Fonte: TV Russas
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