O fazendeiro e prefeito de Central de Minas (MG),
Genil da Mata Cruz (PP), 39, e um empregado particular ainda não
identificado morreram na queda de uma aeronave no fim da tarde desta
terça-feira (14) em Tumiritinga (a 350 km de Belo Horizonte).
De
acordo com a PM (Polícia Militar), o avião sobrevoava um acampamento do
MST (Movimento dos Sem-Terra) quando caiu. Três carros da corporação
estiveram no local. Os militares fizeram o isolamento da área para o
trabalho da perícia da Aeronáutica e da Polícia Civil.
O
acidente aconteceu por volta das 17h, segundo o tenente-coronel da PM
Célio Menezes. "Fomos acionados por volta das 17h30 informando sobre a
queda de uma aeronave. Chegamos e confirmamos o fato com a aeronave
totalmente destruída e dois corpos carbonizados", disse.
A causa da queda ainda não foi identificada, segundo o militar.
A fazenda Casa Branca, ocupada pelo MST, pertencia ao prefeito. Ela foi
invadida no início deste mês por cerca de 300 membros do movimento. O
grupo justificou a ocupação da propriedade por ser um local improdutivo.
As terras ficam a aproximadamente 7 km da sede do município de
Tumiritinga, vizinho ao município de Central de Minas.
Denúncias
Na última sexta-feira (10), a situação ficou tensa na região, segundo a
PM. Moradores da ocupação disseram aos militares que algumas pessoas
invadiram a fazenda em dois tratores blindados. No trajeto, essas
pessoas, segundo as denúncias, atiraram e arremessaram foguetes contra
as famílias.
Segundo o tenente-coronel, os moradores do
assentamento disseram que a aeronave fazia voos rasantes e que jogava
coquetéis molotov sobre as casas do acampamento. O militar, porém,
disse que isso não pôde ser verificado.
O advogado do prefeito,
Siranides Gomes, negou a acusação dos sem-terra nesta quarta-feira (15).
Ele afirmou que não tinha informações sobre esses possíveis ataques
contra o acampamento. "Não tenho essa informação. O que sei é que ele
apenas fotografava a área invadida de sua fazenda."
Gomes disse
que ingressaria na terça-feira com uma ação na Justiça pedindo a
reintegração de posse da fazenda, por isso teria pedido ao prefeito que
fizesse um sobrevoo para registrar imagens.
"Falei com ele e
pedi que fizesse uma tomada aérea, fotografasse a área invadida para que
eu pudesse anexar à petição inicial. Depois disso não tive mais contato
com ele, até saber do acidente", afirmou o advogado.
O
tenente-coronel da PM disse que agora começam "os trabalhos de perícia
da Aeronáutica e da polícia, que vão identificar as causas da queda,
além do trabalho da Polícia Judiciária, que vai investigar um eventual
crime no local", disse.
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