A seca é cada vez mais grave no Ceará. A situação é
perceptível no nível dos reservatórios e nas consequências que a baixa dos
volumes já começa a gerar. No açude Castanhão, que abastece Fortaleza, Região
Metropolitana e o Terminal Portuário do Pecém, o nível está reduzindo
drasticamente.
E um novo dado acende o alerta; faltam cerca de 30%
para o açude chegar no volume morto. Tecnicamente, é a reserva mais profunda
das represas. Essa reserva fica abaixo dos canos de captação que normalmente
são usados para retirar água da barragem para o uso.
O reservatório tem capacidade pra 6.700 bilhões metros
cúbicos e hoje conta apenas com 5,3% da capacidade, ou seja, 360 milhões de
metros cúbicos. O recuo da água impressiona quem passa pelo local. Entre a
evaporação e a liberação da água para o leito do rio para Fortaleza e o
Terminal Portuário, o Castanhão perde cerca de 1 milhão de metros cúbicos de
água todos os dias. E faltam apenas 110 milhões de metros cúbicos para o maior
açude do Ceará chegar ao seu volume morto.
De acordo com Fernando Pimentel, coordenador interino
do Complexo Castanhão, em 110 dias, o Castanhão vai alcançar seu ponto crítico
e com o detalhe de que quando chegar a esse ponto, a água não desce mais por
gravidade.
A Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) ainda
não confirmou dados que indiquem uma quadra chuvosa regular no Estado m 2017.
Isso aumenta a preocupação de quem depende do açude Castanhão, como é o caso de
Hernesto, presidente de Cooperativa dos Piscicultores e acompanha diariamente a
morte das tilápias que são criadas nas gaiolas. "Tivemos muitos peixes
mortos. Foi uma perda muito grande este ano", lamentou.
Como o nível da água do açude continua caindo
rapidamente, a criação de tilápias no Castanhão está seriamente ameaçada. Do
coroamento da barragem é possível ver o drama do açude. Com a seca que se
estende por 5 anos consecutivos, a água recuou tanto que foram formadas ilhas
no leito do açude.
Racionamento de água
O secretário de
Recursos Hídricos do Ceará já admite a possibilidade de racionamento de água em
Fortaleza, que é abastecida pelas águas do Castanhão. "Vamos tomar a
medida do racionamento em último caso em função das previsões. Nós estamos
trabalhando para evitar colapso. Não contamos com ele porque vamos tomar as
medidas antes que ele aconteça", afirmou Francisco Teixeira.
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