O terceiro
maior açude do Ceará está com apenas 1.09% de sua capacidade, é o que
mostra o sistema de monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos
Hídricos (Cogerh), porém, de acordo com o chefe do açude, José Ariston
Queiroz, o reservatório tem apenas 1.01% de sua capacidade. A população
teme um colapso geral, tendo em vista, que a água que está chegando às
residências apresenta baixa qualidade.
Sobre o
assunto, o prefeito municipal de Banabuiú, Veridiano Sales, soltou o
verbo e acusa a Cogerh de ser a responsável por essa situação. O
prefeito se diz indignado porque o órgão estadual errou os cálculos e
ainda liberou água pelas comportas, acima do previsto.
“A situação é
lamentável, estamos vivendo uma crise hídrica, porque houve erro no
planejamento da Cogerh, mesmo sabendo que as previsões indicavam que não
teríamos bons invernos”, relata o gestor, afirmando ainda, que desde
2013, a autarquia liberou 15 mil metros cúbicos de água por segundos
para o rio, com destino a Tabuleiro do Norte, Russas, Morada Nova,
Ibicuitinga etc. O rio chegava a ficar ponta a ponta.
Em dezembro de
2013, o município de Banabuiú entrou com um pedido de liminar na
justiça, para que fosse reduzido o volume da água que estava sendo
liberado, mas não houve manifestação até o momento do juiz. Naquela
época, o açude Banabuiú estava com 5% e o açude soltando 6 mil m³ por
segundos.
Pelos cálculos
da Cogerh até o dia 30 de abril, o açude teria 70 milhões de metros
cúbicos de água, “mas a Cogerh errou em 50 milhões, nessa data só tinha
20 milhões de m³, além de soltar água de forma descontrolada, ainda
cometeu errou gravíssimos. Suspeitamos que a Cogerh, quis de fato nos
enganar”, cita o prefeito.
Em julho, o
açude tem pouco mais de 16 milhões de metros cúbicos de água, porém, em
cima de um volume de lama. “Agora, depois que a água a Companhia fechou
as válvulas, causando outro grande prejuízo porque o rio era
perenizado, destruindo assim um sistema ecológico. Nesse rio havia
várias espécies, até pitú, consequentemente, acabou com tudo porque o
rio secou e todas as espécies serão extintas”, denunciou o prefeito,
alegando que os prejuízos são incalculáveis.
Riscos
Até janeiro o
açude terá água suficiente para abastecer a cidade de Banabuiú, mas
outra preocupação das autoridades municipais é justamente com uma
contaminação. Devido o baixo volume de água e a grande quantidade de
lama, poderá ocorrer uma desoxigenação, se isso acontecer causará
mortalidade de peixes, deixando a água impropria para o consumo humano e
a cidade totalmente desabastecida.
“O Açude
Banabuiú não poderia secar, é o terceiro maior açude do Ceará, era a
esperança da região. Era o Banabuiú que deveria estar pronto para
abastecer os demais municípios do Sertão Central”, analisa o prefeito
Veridiano Sales.
Ainda conforme o
prefeito, um representante do governo do estado chegou a dizer que a
prioridade era água pra produzir, ou seja, para a irrigação. “São
atitudes tomadas erradas, irresponsáveis e hoje o povo está pagando um
preço pelo que não comprou e pelo que não pediu. Foi desonesto não só
com a gente, mas com a região.”
Mais de 1.000
famílias viviam da pesca, com essa situação, estão pedindo auxilio da
Prefeitura, “retiraram a alimentação dessas famílias”, diz Sales,
pedindo a ajuda do governo do Estado. (Revista Central).
RT News
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